Bolsonaro enaltece mortes pela Rota em SP: “Já operou quantos aí?”
5 de fevereiro de 2024 09:39Durante um encontro com seus apoiadores, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que espera que a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), a tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, mate cerca de 40 suspeitos na Baixada Santista (SP) em resposta ao assassinato do soldado Samuel Wesley Cosmo durante um patrulhamento de rotina.
Bolsonaro fez os comentários enquanto recebia apoiadores em sua residência na Vila Histórica de Mambucaba, Angra dos Reis (RJ). Durante uma conversa telefônica com um membro identificado como pertencente à Rota paulista, o ex-mandatário questionou sobre as operações em andamento na Baixada.
“A Rota já começou a operar na Baixada?”, perguntou o ex-presidente ao interlocutor, acrescentando em seguida: “Operou quantos já? Já operou quantos aí?”, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.
Após terminar a ligação, em um comentário irônico com os apoiadores, Bolsonaro deixou claro que, neste contexto, a palavra “operar” significava “matar”.
“Mataram um soldado da Rota ontem com um tiro no olho. A Rota já desceu para operar. Tem um soldado ferido no braço. Na última vez acho que uns 50 foram operados lá. Problema de pele, micose, todos foram operados, bem tratados”, afirmou, completando: “Vão operar mais uns 40 lá, com certeza”.
O soldado da Rota, Samuel Wesley Cosmo, faleceu após ser baleado em Santos, no litoral de São Paulo, na tarde de sexta-feira (2). Batalhões de policiamento de Choque foram enviados do centro para o litoral imediatamente após o incidente.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo confirmou que uma nova Operação Escudo foi iniciada após o ataque, em paralelo a outra semelhante que já ocorria na Baixada Santista desde a morte do soldado Marcelo Augusto da Silva em janeiro.
Na madrugada de sábado, uma ação da Rota na Baixada Santista resultou em dois mortos e um policial ferido. Além disso, ocorreram mais quatro mortes de suspeitos em supostos confrontos com a PM.
Foto: Reprodução/Facebook Jair Bolsonaro
Reprodução/Diário do Centro do Mundo